O Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira a descida das taxas de juro em 25 pontos base. A alteração significa que a taxa de depósitos, que afeta as Euribor aplicadas aos créditos, desce dos atuais 3,75 por cento para 3,5 por cento.
A primeira redução das taxas de juro aconteceu em junho, quase dois anos depois do início de uma histórica série de aumentos para combater a inflação. Foram dez subidas consecutivas.
Apesar desta descida face à queda da inflação, o Banco Central Europeu não se compromete com uma nova flexibilização monetária.
“Com base na avaliação atualizada das perspetivas para a inflação, a dinâmica da inflação subjacente a força da política monetária, consideramos agora apropriado dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restrição da política monetária”, acrescentou.
Segundo a líder do BCE, “os dados recentes sobre a inflação corresponderam, em geral, às expectativas, e as últimas projeções dos especialistas do BCE confirmam as anteriores perspetivas de inflação”.
Lagarde explicou ainda que se prevê que a inflação volte a subir na parte final deste ano, “em parte porque as acentuadas quedas anteriores dos preços da energia deixarão de ser registadas nas taxas atuais”.
“A inflação deverá diminuir para o nosso objetivo no segundo semestre do próximo ano”, elucidou, garantindo que o BCE fará o necessário para que tal aconteça.
“Estamos determinados a assegurar que a inflação regressa rapidamente ao seu objetivo de médio prazo de 2% e vamos manter as taxas suficientemente restritivas o tempo que for necessário para atingirmos este objetivo”, assegurou.
A economia da Zona Euro deverá crescer 0,8% este ano, em vez dos 0,9% previstos em junho. Em 2025 e 2026, o crescimento deverá ser de 1,3% e 1,5%, respetivamente. A inflação deverá ficar abaixo do objetivo de 2% em 2026.
Segundo este especialista, tal não irá acontecer já este ano porque, atualmente, "as negociações salariais alemãs e o aumento das expectativas de preços de venda ainda apontam para uma certa rigidez da inflação".
"Dado que o historial do BCE de prever a inflação em alta é bastante fraco, o BCE vai querer ter a certeza absoluta antes de se envolver em cortes de taxas mais agressivos", elaborou.